Tipos de trabalhos científicos:
Monografias: trabalho de pesquisa típico dos cursos de graduação e especialização. Trata-se de um estudo minucioso relacionado com um tema do curso, uma disciplina ou assunto.
Dissertação: utiliza-se para a conclusão de um curso de pós-graduação, normalmente a nível de mestrado. Tem como objetivo um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado.
Tese: monografia bastante aprofundada. Deve ser de um assunto original, trabalho experimental ou estudo científico com o objetivo de conclusão de um curso de pós-graduação a nível de doutorado.
Relatórios: apresentação final de estudo onde o autor comunica os resultados a respeito do assunto tratado.
Artigos científicos
Resenha crítica
Tipos de pesquisa:
Pesquisa de campo: o pesquisador NÃO pode interferir sobre a realidade, somente observa. Exemplos: aplicação de testes, questionários, entrevistas, formulários...
Pesquisa experimental: o pesquisador PODE interferir sobre a realidade, alterando o resultado dos testes. Exemplos: realização de experimentos ao nível de laboratórios, ambulatórios...
Pesquisa bibliográfica: coleta de dados bibliográficos em livros, jornais, catálogos, periódicos...
Pesquisa em saúde (bioética): compreende o desenvolvimento de ações que contribuam para o conhecimento dos processos biológicos e psicológicos nos seres humanos; preservação e controle dos problemas de saúde, produção de insumos para a saúde, estudo de técnicas e métodos utilizados para a prestação de serviços de saúde...
Seleção e escolha do tema:
Fatores internos: imaginação, filosofia, curiosidade, experiência e vontade.
Fatores externos: pressão da realidade circundante e política institucional.
Fases da pesquisa:
Escolha do tema
Delimitação do assunto
Projeto de pesquisa (rascunho)
Coleta de dados
Construção do texto
Projeto de pesquisa:
Introdução: delimitação do tema; formulação do problema; justificativa.
Objetivos: gerais e específicos. Para quê? Para quem? Devem ser coerentes com o tema escolhido.
Revisão da literatura
Metodologia: explicar cada parte da fase experimental. Materiais, instrumentais e equipamentos utilizados. Deve ser mencionada a análise estatística.
Orçamento
Cronograma
Referências bibliográficas
Apêndices: partes do projeto que foram escritas pelo autor, porém não se encaixaram no texto.
Anexos: partes do projeto que NÃO foram escritas pelo autor e que também não se encaixaram no texto.
Introdução:
Delimitação do tema: apresentação da ideia central do trabalho, uma definição clara e exata do assunto a ser desenvolvido.
Formulação do problema: hipóteses podem ser apresentadas a fim de tentar responder à pergunta realizada. Devem ser coerentes com os objetivos.
Justificativa: é necessário argumentar e provar a importância do assunto. Costuma-se a explicar a relevância social ou científica do tema ou o benefício alcançado pela realização do trabalho. O que se deve evitar na introdução? Palavras grandiloquentes, introduções históricas muito extensas, resultados...
Revisão da literatura: entende-se como um conjunto de informações retirado dos documentos consultados, como livros, jornais, etc; portanto, é obrigatório usar referências aos autores. Pode ser um texto único ou ter subdivisões enumeradas. Caso não tenha divisões, a ordem cronológica das citações deve ser respeitada. As citações literais ou diretas sobre o texto consultado devem ser evitadas, assim como citações de citações (autor que cita trabalho de outro autor). O verbo sempre estará no passado; utiliza-se linguagem científica no texto, evitando frases de duplo sentido e repetição de palavras; evita-se utilizar o verbo na primeira pessoa (tanto no singular quanto no plural – meus, nossas, nós...).
Metodologia: descrição breve, porém completa e clara das técnicas e processos adotados. Enumera os materiais, equipamentos e instrumentais utilizados. Acrescenta-se marcas, números, modelos, potência, voltagem... Deve-se adicionar local onde a população foi selecionada (cidade, escola...). A descrição da metodologia serve para permitir ao leitor do trabalho reproduzir a pesquisa se assim desejar.
Técnicas de amostragem: população ou universo; amostra (fração representativa da população alvo); amostragem (fração que deve ser a mais representativa possível – pode ser amostra simples: populações homogêneas; amostra estratificada: população heterogênea; amostra sistemática: definida pelo pesquisador; amostra de conveniência: facilidade de acesso; amostra por áreas: mapas geográficos).
Princípios básicos em pesquisa: randomização; cegamento (evita-se tendenciosidades do pesquisador, o que pode acabar modificando o resultado da pesquisa – exemplo: placebo); treinamento (estudos sujeitos à variação intra-examinador precisam ter uma fase de treinamento dos examinadores para explicar e padronizar os critérios de avaliação – exemplo: avaliação de idade óssea através de radiografias de carpo); controle de viés; efeito placebo (dá-se algum material, geralmente um “remédio”, para os participantes, aguardando alterações recorrentes devido à medicação psicológica, pois o remédio não produz efeito no organismo); efeito nocebo (caso o participante saiba que está recebendo remédio “falso”, sua cooperação deixa de validar durante a pesquisa).
Tipos de estudo: observacionais (descritivos ou analíticos); transversais (coletas de dados ocorre apenas UMA vez); longitudinais (são estudos de acompanhamento, onde a condição estudada é duas vezes avaliada. Tem custo elevado e é normal a perda de indivíduos durante o estudo).
Estudos experimentais: estudos controlados e não controlados (podem possuir ou não grupo controle – serve como parâmetro para avaliação e comparação dos resultados); estudos controlados por placebo ou tratamento padrão (geralmente há cegamento. Caso não houver, os resultados podem se alterar, tornando a pesquisa inviável); estudo não cego; cego; duplo-cego (nem o examinador e nem o participante sabem quem pertence aos grupos); estudos randomizados e não randomizados; estudos in vitro e em animais.
Desenhos experimentais em odontologia: boca dividida; paralelo; cross-over (participantes mudam de grupo).
Estudos de meta-análise: são revisões criteriosas da literatura onde as amostras são unidas para permitir uma estatística mais precisa.
Revisão sistemática da bibliografia: revisões da literatura onde existem critérios de inclusão e exclusão dos trabalhos para que se possa chegar a um consenso sobre determinado assunto.
Resultados ou análise dos dados: devem ser apresentados de forma objetiva, clara, exata e lógica, podendo utilizar tabelas, gráficos, figuras...
Tabelas: devem obedecer às normas de apresentação tabular ditadas pela ABNT e Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Devem responder as perguntas “o quê?”, “onde?” e “quando?”. As tabelas possuem as seguintes partes: cabeçalho, corpo, linha, coluna, casa, fonte e chamadas.
Quadros: contêm normalmente quatro elementos básicos: nome, título, dados e fonte.
Gráficos: podem ser de diferentes tipos, como diagramas (barras, colunas, histogramas ou correlação), estereogramas e cartogramas.
Discussão: o autor deve estabelecer relação entre causa e efeito; deduzir generalizações e princípios básicos que tenham comprovação experimental; esclarecer exceções e contradições da hipótese; iniciar aplicações praticas e teóricas dos resultados; sugerir novas pesquisas para esclarecer pontos não observados.
Conclusões ou considerações finais: sintetizam os resultados, ressaltando seu alcance e consequências; somente devem ser comentados dados ou fatos que ainda não foram muito conhecidos
Utiliza-se a norma Vancouver em outros tipos de trabalhos, como artigos. As citações de monografias devem seguir o sistema autor-data ou sistema numérico. Exemplos na norma ABNT:
Início do parágrafo:
Paiva Neto (2007) ...
Freitas; Rosa; Souza (2006) ...
Baratieri et al. (2005) ...ß quando há mais de 3 autores, cita-se o primeiro e as palavras et al.
Final do parágrafo:
(PAIVA NETO et al., 2007).
(FREITAS; ROSA; SOUZA, 2006).
(BARATIERI et al. 2005).
Por que usar a bibliografia?
Para ajudar na escolha do assunto da pesquisa; saber se o assunto já foi pesquisado anteriormente; estabelecer se existem relações entre a pesquisa a ser realizada e outros trabalhos (evita pesquisar assuntos já muito estudados – exemplo: cárie, flúor...).
Espero ter ajudado!